Diretor de hospital filma equipamentos de segurança e acusa médicos de fake news e uso político da Covid-19

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Manaus – AM | Dois médicos que atuam na Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ) são acusados pela própria direção da unidade de disseminar informações falsas (fake news) e de tentar propagar a desestabilização do sistema de saúde pública do Amazonas.

Os médicos Petrônio Quintelo e Mariléia Martins aparecem em um vídeo gravado de celular e divulgado na noite desse sábado (4/4), reclamando de falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) para atender pacientes na unidade e envolvem a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). 

“Estamos aqui para dar o melhor da gente, mas não ‘tamos’ aqui para ficarmos expostos em plena epidemia de Covid-19. Isso é muito desagradável. É um absurdo. Mas entre a minha vida e a vida do paciente, eu tenho que prezar pela minha vida.”, diz Petrônio. Já a médica Mariléia fala que concorda com as afirmações do colega. “Assino em baixo.”

De acordo com Fundação, as informações propagadas pelos referidos médicos são inverídicas e que os médicos se recusaram a atender um paciente que não apresentava nenhuma suspeita de estar com o coronavírus. 

“O paciente em questão é jovem, com quadro prévio de fratura de diáfise de fêmur, apresentou reação alérgica a um antibiótico, sem apresentar Síndrome Respiratória e/ou quaisquer sintomas de Covid-19, como, ardilosamente supuseram os profissionais divulgadores da fake. Não procede a afirmação de que a FHAJ encontra-se desguarnecida de EPI’s, notadamente aqueles destinados aos profissionais de saúde à frente do enfrentamento ao Covid-19. ”, cita nota de esclarecimentos. 

Para finalizar, a direção da unidade lamenta o ocorrido e garante a devida apuração dos fatos e a responsabilização do envolvidos.  

“Por fim cumpre a esta Fundação rechaçar veementemente ações do tipo (fake News), que em nada contribuem no momento que se deve reunir esforços. Neste sentir, impõe-se a devida apuração do fato com o fito de imputar aos seus responsáveis as responsabilidades funcionais, cíveis e criminais, notadamente por tratar-se de agentes (médicos), que deveriam, em tal momento e em razão do jurado juramento profissional, aliarem-se a causa e não propagarem a desestabilização do sistema.”

“Ato político”

O próprio diretor-presidente da Fundação Hospital Adriano Jorge, médico Ayllon de Oliveira, gravou vídeo para desmentir a denúncia. Disse que a intenção do médico Petrônio pode ter sido de tentar fazer uso político da pandemia e que não é a primeira vez que se recusa a atender paciente. 

“É um profissional que infelizmente possui processos administrativos por ter se negado a prestar atendimento a pacientes, ter tratado mal acompanhantes de pacientes e equipe de enfermagem. A situação de ontem foi uma rescindência dos problemas do profissional, que inclusive, ao meu ver, pode ter uma conotação e um ato político, politizado, uma vez que o mesmo foi candidato a vereador em pleito passado.”, comentou.

Dr. Petrônio já foi candidato a vereador e a deputado estadual

No vídeo, o diretor-presidente da FHAJ, mostra o estoque de caixas de EPI’s e materiais de segurança, contradizendo o vídeo dos dois médicos, e explica que o hospital não atende pessoas com suspeitas de contaminação pelo coronavírus.

“Nós temos kits de EPIs por andar, disponíveis aos profissionais. Apesar de nós estarmos atendendo pacientes de qualquer patologia e não de Covid-19, respeitando as normas e orientações da vigilância sanitária, nós dispusemos kits de paramentação caso o profissional julgue necessário. Todavia não é perfil dos pacientes da fundação. Logo não seria necessário usar toda uma paramentação completa para atender paciente da enfermaria. De qualquer forma, há os kits, há o material disponível a qualquer profissional, que necessite, profissional médico. A equipe de enfermagem também recebeu EPIs adequados para o perfil dos nossos pacientes.”

Veja o vídeo dos médicos acusados de fazer denúncia fake:

Imagens dos EPIs desmentem os médicos

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