OPINIÃO | Os erros da polícia não isentam os culpados; uma vida se foi e nenhuma lei é maior que a vida.

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De repente, o noticiário de Domingo (10), 40 dias após o assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues, amanhece com uma matéria, de autor único, circulando em vários sites diferentes, todos com o mesmo DNA, ligando-os ao poder econômico Municipal, levantando a tese legalista de que não houve preservação do local do crime e que, por isso, todas as provas não deverão ser aceitas. Será um prenúncio do que tentarão no Tribunal popular?

Estranho? não, e explico: É quase que certo, que pela cronologia dos fatos que já vieram à público e pelas divergências insanáveis dos depoimentos, propositalmente contraditórios, dos envolvidos, que a investigação policial, que caminha para sua conclusão por força da lei, e a do Ministério Público Estadual, que é sabidamente mais isenta de pressões políticas, vão implicar diretamente os servidores da Prefeitura de Manaus, o enteado do prefeito Arthur Neto e filho de sua esposa Betinha Valeiko, como também possivelmente devem arrolar o próprio casal no caso, em virtude de tudo que eles disseram e fizeram nas horas e dias seguintes ao assassinato.

O texto, jornalisticamente correto, cita peritos, especialistas, que, com base nos procedimentos legais, indicam possíveis caminhos para o caso na justiça, mas, ao tentar jogar ares de ilegalidade no conjunto de provas que serão apresentadas, já anuncia, mesmo que sem querer, que a impunidade “está chegando”.

Os fatos se sobrepõem: O carro da prefeitura filmado, entrando e saindo do condomínio, no espaço de tempo em que o crime ocorreu; O carro de Flávio estacionado na casa aonde tudo aconteceu, e lá ficou por pelo menos dois dias; A versão de sequestro “inventada” pelos cúmplices do crime, desmentida horas depois pelo síndico, pelas imagens e pelos próprios envolvidos; O DNA de Flávio encontrado no carro alugado para a prefeitura; A presença da família do pobre “jovem viciado” na casa, colocando o cachorro para “lamber” o sangue do chão, alterando e ocultando descaradamente as provas e cena do crime; A viagem, às pressas, do enteado, paga com dinheiro que não se sabe qual origem, acompanhado por outros dois servidores de prefeitura, pagos com recurso público; Uma internação em uma suposta clínica, que nem a própria polícia teve interesse de saber o endereço; O flagrante de uma “certa” conivência da autoridade policial na fuga de um “inocente” e na pressa em anunciar que o caso já estava elucidado, quando não estava; e por fim, uma prisão regada a fast food, na carceragem de uma Delegacia. Será que é isso que querem que ignoremos?

De fato, foram muitos os erros cometidos pela polícia neste caso: A demora em requerer a comparação do DNA dos envolvidos com o material coletado pela perícia; a demora em pedir a quebra de sigilo Telemático e de dados, de todos os aparelhos celulares envolvidos na trama; entre tantas outras “demoras” que findaram por prejudicar o esclarecimento rápido do crime.

Entendam que a mesma lei que anula provas coletadas de forma irregular, pune os casos em que, comprovadamente, essa coleta foi prejudicada de forma proposital, cuidado! Na teia de relações que envolvem dezenas de pessoas, existem várias que não compactuam com tal conduta e podem estar só aguardando a hora para revelar a sórdida tentativa de “livrar” os verdadeiros responsáveis de suas responsabilidades penais e cristãs.

Mas é preciso que se diga também que é exatamente isso que acontece em muitos casos. Não há a devida preservação do local mesmo, infelizmente, e não é de hoje isso. A diferença é que o filho do pobre é condenado mesmo assim, pois, no caso dele, crime é crime, e ponto final. E, se a lei é para todos, não será este fato que absolverá os responsáveis pelo assassinato e ocultação do corpo de Flávio.

Existe ainda o risco do tempo, da aposta na memória fraca do consciente coletivo, que, a cada dia, se apaixona por uma manchete diferente do cotidiano.

Não podemos esquecer, Flávio foi brutalmente assassinado e “desovado”, sem qualquer respeito à sua vida, à sua história anônima ao grande público, mas contada, cheia de carinho, pelos que o cercavam, seus amigos, que, ainda hoje, deixam as lágrimas escorrerem, ao recordarem daquela vida dedicada em ser bom para os outros.

Nesta guerra de fatos e versões uma única coisa é imutável: o assassino de Flávio está entre estes 6 a 8 envolvidos e já identificados. Não há como mudar o curso da natureza dos fatos. Um ou vários mataram, outros assistiram com extrema cumplicidade e obstruíram a justiça e outros cuidaram para esconder as evidências do crime.

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