Mundo | Um terremoto de magnitude 6,1 atingiu o Afeganistão nesta quarta-feira (22), deixando ao menos 920 mortos e 600 feridos, de acordo com o Talibã. Os números devem aumentar à medida que informações chegam de aldeias remotas localizadas nas montanhas.
Fotografias na mídia local mostram casas reduzidas a escombros, com corpos envoltos em cobertores no chão. Helicópteros foram mobilizados para o resgate de feridos e para o transporte de suprimentos médicos e alimentos, afirmou Salahuddin Ayubi, funcionário do Ministério do Interior.
Uma autoridade local da província de Paktika afirmou a jornalistas que o balanço a nível nacional já passa de mil mortes, cifra que ainda não foi comentada pelo regime talibã. “As pessoas cavam sepultura após sepultura”, disse Mohamad Amin Huzaifa.
O tremor é o mais mortal no país desde 2002, quando dois terremotos na região de Hindu Kush em março daquele ano mataram um total de 1.100 pessoas. O fenômeno desta quarta ocorreu a cerca de 44 km da cidade de Khost, no sudeste, perto da fronteira com o Paquistão, segundo o Serviço Geológico dos EUA.
A maioria das vítimas confirmadas está na província de Paktika, onde 255 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas, segundo Ayubi. Em Khost, 25 morreram e 90 foram levados ao hospital.
Haibatullah Akhundzada, líder supremo do Talibã, ofereceu condolências em uma nota. A montagem de uma ampla operação de resgate deve ser um grande teste para o grupo extremista, que retomou o poder no país em agosto de 2021 e teve grande parte da assistência internacional cortada devido a sanções.
O tremor foi sentido por cerca de 119 milhões de pessoas no Afeganistão, no Paquistão e na Índia, segundo o Centro Sismológico Euro-Mediterrânico no Twitter -não houve relatos de danos ou vítimas no Paquistão. O órgão definiu a magnitude do terremoto como de 6,1, e o Serviço Geológico dos EUA, 5,9.
O número de mortos em terremotos no Afeganistão é agravado pela localização remota e por décadas de guerra que deixaram a infraestrutura local em condições precárias. O desastre ocorre em meio a uma grave crise econômica, depois de as forças internacionais lideradas pelos EUA deixarem o país.
Grandes partes do sul da Ásia são sismicamente ativas porque uma placa tectônica conhecida como placa indiana empurra para o norte a placa eurasiana. Em 2015, um terremoto atingiu o remoto nordeste afegão, matando centenas de pessoas no país e em áreas próximas do norte do Paquistão
*Com informações do DOL.