Manaus – AM | O incêndio desta sábado (30), assustou, mais uma vez, os moradores do bairro Educandos, zona Sul de Manaus. Para uma das famílias atingidas, a dor de perder tudo com o sinistro foi ainda maior, isto por que eles também estavam no incêndio que atingiu as mais de 600 famílias, em uma localidade bem próxima dali, no mesmo bairro, no final de 2018.
A filha mais velha da família de sete pessoas, a estudante Marceli Sabrina (18), explica que na casa moravam ela, que está grávida, o esposo, os pais, a irmã, que tem uma filha e uma outra irmã menor, de apenas 10 anos. ” Não tinha ninguém em casa, chegamos agora. Perdemos tudo que a gente conseguiu, o pouco que conseguimos, queimou de novo” lamentou.
Segundo ela, eles ocupavam um dos dois andares do prédio de 3 pisos onde começou a ocorrência. O proprietário do imóvel, que preferiu não se identificar, explica que cedeu a residência para a família após o incêndio em dezembro, para que eles pudessem aguardar até receber o apartamento prometido, segundo a vítima, pelo Governo e Prefeitura de Manaus.
“Não saiu apartamento, não saiu nada. Só saiu mesmo o que eles estavam dando de donativos e roupas. Mas, casa mesmo e terreno, que falaram que ia dar, não deram nada” lamenta a jovem cobrando uma posição do governo “O Governador ainda não fez nada pela gente”.
Marceli ressalta ainda que todos sabem no bairro que tudo que saiu da igreja foram provenientes de doações das empresas “Até agora está todo mundo esperando, está todo mundo meio que “sobrevivendo” com este 300 reais que ele acha (o governador) que dá para sobreviver, mas não dá” explicando que ali existem famílias grandes, com vários filhos e conclui “é essa bagunça que está”.
A estudante recordou ainda que no incêndio de Dezembro, ela também não estava em casa, o que não impediu o estrago “Queimou tudo, ficamos só com a roupa do corpo, como aconteceu agora de novo”.
Agora eles enfrentam o trauma de ter vivido em um curto espaço de tempo, duas tragédias familiares, “Querendo ou não, aonde a gente está, vai, a gente fica com medo de acontecer de novo. A gente não esperava que fosse acontecer assim”.
