MANAUS-AM| O litro da gasolina na capital amazonense já chega a custar R$5,79. Estão incluídos nesse valor um aumento simultâneo de 30 centavos lançado pelos próprios postos de combustíveis sobre o preço do litro do combustível que vinha sendo praticado, mais 16 centavos por conta do novo reajuste da Petrobras, a partir desta terça-feira. A informação é do presidente da Associação dos Motoristas e Entregadores por Aplicativos do Amazonas, Alexandre Matias.
“Já tem alguns postos que estão cobrando R$5,79. Sendo que como houve um ajuste antes, alguns acharam de não aumentar agora para ver o que dar, se o consumidor vai continuar frequentando aquele posto, se vai haver alguma manifestação, se vai haver alguma retaliação a esses aumentos.”, relatou.
Na manhã desta quarta-feira (7), representantes de grupos de motoristas por aplicativos estiveram na sede do Procon-Amazonas para exigir fiscalização dos preços e qualidade nos combustíveis repassados aos consumidores.
“Há quatro anos nós estamos vendo indícios de cartel no estado do Amazonas. Até houve uma CPI na Assembleia Legislativa, mas que foi arquivada. Queremos saber exatamente em que pé está as investigações, se os órgãos estão fiscalizando, se estão investigando, se estão levando as denúncias aos órgãos federais que têm uma competência maior para lidar com a questão do combustível, tudo isso para punir quem está lesando a população em geral, não só os motoristas por aplicativos.”, disse Alexandre Matias. Alexandre ainda falou sobre os impactos por conta dos aumentos para os trabalhadores, também com relação aos custos.
“Aleatoriamente nós não sabemos ainda o motivo do aumento de 30 centavos, passou de R$ de 5,29 para R$ 5,59, mais esse reajuste da Petrobras incidindo 16 centavos sobre a questão do combustível, chegando a R$ 5,79 o preço do combustível. Isso interfere muito. São quase 50 centavos a menos por cada litro demandado para o motorista de aplicativo. E nós temos um diferencial em relação ao restante da população, nós consumimos, por mês, cerca de 300 a 450 litros/mensal. Então, 50 centavos por litro, nós estamos perdendo aí R$300, o que dá, mais ou menos, 30% do salário mínimo. Um salário e meio por ano nós estamos perdendo, o décimo terceiro do motorista de aplicativo vai embora por conta desse aumentos.”, relatou.
De acordo com o diretor-presidente do Procon-AM, o órgão emitiu um total de 278 notificações e autuações a postos de gasolina, no primeiro semestre de 2021. Os dados são do setor de fiscalização do órgão, que realiza diariamente ações de vistoria em relação ao valor do combustível no Estado.
Ainda de acordo com ele, o trabalho nos postos é uma ação constante do órgão, que recebe diariamente dezenas de denúncias e reclamações sobre os valores dos combustíveis. E toda semana, o Procon-AM realiza também pesquisa de preço das gasolinas comum e aditivada, etanol, diesel comum e S10, em Manaus, com o objetivo de acompanhar o mercado na capital amazonense e divulgar ao consumidor as opções na capital.
“Somos um órgão fiscalizador, temos o poder de polícia administrativa, trabalhamos diariamente nas fiscalizações para garantir direitos à população. O direito do consumidor, ele é um direito do cidadão, por isso nós estamos nas ruas. Nós temos todo um arcabouço de documentos e de informações que podem ser fornecidos a órgãos de controle, para investigações. Quanto à existência de cartel, nós não podemos afirmar que existe um cartel, pois não há comprovação dessa existência, porém, é sim curioso essa uniformização do preço do combustível nos postos da cidade.”, relatou Jalil Fraxe.
