Projeto ajuda estudantes a permanecer na escola com política de correção série e idade

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Manaus-AM | Para diversos alunos da rede pública estadual deixar a escola para trabalhar ou ter outras atividades é uma realidade, e trazer esses estudantes de volta ao ambiente escolar é uma das metas da Secretaria de Estado de Educação e Desporto. O projeto Avançar já atendeu, desde 2010, 72.584 alunos em todo o Amazonas que poderiam ter deixado a sala de aula para trás se não fosse o incentivo.

Os estudantes Júlia Ferreira e Igor Kauã Souza, ambos de 16 anos, não deixaram a oportunidade passar e avançaram duas séries na Escola Estadual José Bentes Monteiro, na zona centro-sul de Manaus. Eles concluíram o Ensino Fundamental em 2019, e este ano iniciam o Ensino Médio. Os dois são parte dos 6.589 estudantes que tiveram a oportunidade de dar um passo à frente nos estudos por meio do projeto da rede pública estadual.

Na escola deles, outros 11 estudantes também concluíram o 9º ano por meio do projeto, que visa deixar os alunos na série adequada para a idade, a partir de aulas planejadas com atividades diferenciadas, como interpretação de texto, leitura de livros, de modo que a percepção seja melhor, a mente se abra mais e a aprendizagem seja mais significativa, conforme explica a professora de Língua Portuguesa, Astrobete Castelo Branco.

“O projeto é importante porque muitos deles não podem passar o tempo regular na sala de aula, e ele ajuda nesse sentido. Muitos alunos param de estudar porque precisam trabalhar ou porque engravidam, e quando conseguem voltar para a sala de aula, estão com alunos de idades muito abaixo da deles. O projeto reúne essas pessoas, então é muito positivo”, avalia a professora.

Estar numa sala com pessoas mais novas e com quem não tinha tanta afinidade foi um entrave para Júlia, que havia desistido da escola e quando voltou, em 2018, conheceu o Avançar. “Antes eu me sentia muito sozinha, não ria, não tinha muita vontade de estudar. Esse ano eu fiz amizades, me soltei mais e melhorou muito”, diz a adolescente.

Com o apoio da mãe e dos avós, a aluna estudou em dois anos o que levaria quatro e agora já consegue vislumbrar um futuro promissor. “É muito confuso, porque eu tinha desistido da escola, aí comecei a pensar sobre meu futuro, passei a estudar bastante e consegui avançar mesmo na escola. No Ensino Médio eu acho que dá para melhorar e buscar aprender mais para me preparar para a faculdade”, planeja.

Apoio – A avó de Igor foi quem conversou com ele sobre o projeto. Ele conta que pretende se dedicar ainda mais para concluir o Ensino Médio e fazer o vestibular, mesmo sem ter escolhido a área a seguir.

“A minha avó viu que abriu a oportunidade de eu avançar de série, e resolvi aceitar já que eu não tinha me esforçado lá atrás, reprovei e desisti dos estudos. Aqui na escola tem vários professores que me apoiaram também. No ano passado pensei em desistir do Avançar, e a diretora me chamou, conversou comigo. Esse apoio é bacana. Valeu a pena ter continuado. Eu moro com minha irmã e minha avó, e elas sempre me incentivaram. Elas me dizem para não desistir dos estudos, porque vai servir para mim mesmo, lá na frente”, frisa.

Empatia – Ser capaz de entender as diversas realidades nas quais os alunos estão inseridos é um dos principais pontos dos professores que atuam com estudantes dos projetos Avançar e Permanecer. A gestora da Escola José Bentes, Célia Alencar, acredita que, mais importante do que deixá-los nivelados, é mostrar que eles são capazes.

Ela explica que as crianças chegam à escola com suas histórias, seja de desistência, mudança de bairro ou outros fatores que acarretam um desinteresse pelos estudos, e ressalta que os professores têm fundamental importância, porque eles trabalham de forma diferenciada para esses alunos.

“O projeto vem plantar nessas crianças uma esperança. A maioria deles já está grande para a idade e série que está frequentando. Quando eles se deparam com o projeto, eles se veem todos iguais, e o sucesso do Avançar já começa aí.  A princípio foi visto como um choque por colocar todos os alunos ‘problemáticos’ juntos, mas quando a gente plantou neles essa possibilidade de avançar até duas séries e encontrar aqueles colegas que deixaram lá atrás, o projeto foi um sucesso”, avalia Alencar. Na escola que ela gere, 90 alunos participaram do Avançar desde 2017.

O Projeto – Em todo o Amazonas, foram 19.680 estudantes participantes nos anos iniciais e outros 52.904 nos anos finais, desde 2010. Os alunos interessados em participar do projeto devem procurar a secretaria da escola e verificar se ela está inserida no Avançar. Se a escola tiver o incentivo, os alunos interessados passam para uma sala específica, onde terão aulas com conteúdo semelhante ao estudado no ensino regular, com a diferença que os professores selecionam os conteúdos mais importantes e indispensáveis para que o tempo em aula seja otimizado.

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