Manaus – AM | O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, afirmou que o surto de gafanhotos do deserto no Sudeste da África pode provocar uma crise humanitária.
Falando aos Estados-membros, em Roma, Qu Dongyu pediu financiamento urgente para combater o surto, proteger os meios de subsistência e a segurança alimentar.
Afetados
Segundo a FAO, o surto também tem “o potencial de se tornar uma praga regional que pode levar a mais sofrimento e deslocamento.”
O surto de gafanhotos é o pior a atingir a Etiópia e a Somália nos últimos 25 anos. No Quênia, é a pior infestação em 70 anos. Djibuti e Eritreia estão agora sendo afetados.
A FAO precisa de US$ 76 milhões para a resposta nestes cinco países. Até o momento, já conseguiu US$ 15,4 milhões. A agência prevê, no entanto, que as necessidades aumentem à medida que a praga se espalha para outras nações como Sudão do Sul e Uganda.
Resposta
Na sexta-feira, especialistas da agência informaram aos Estados-membros sobre o trabalho que a FAO está fazendo em colaboração com governos e outros parceiros.
No encontro, o diretor-geral da FAO afirmou que está “trabalhando dia e noite para que as pessoas não percam suas colheitas.”
Pastagens e áreas de cultivo já sofreram danos na Etiópia, no Quênia e na Somália. Os especialistas da FAO estão no terreno, apoiando operações de controle e esforços para proteger os meios de subsistência.
Na região, quase 12 milhões de pessoas já enfrentam uma situação grave de insegurança alimentar. Além disso, muitas dependem da agricultura para sobreviver.
Perigos
O gafanhoto do deserto é considerado a praga migratória mais destrutiva do mundo. Uma nuvem de um km2 pode comer, em um dia, a mesma quantidade de comida que 35 mil pessoas.
Uma nova geração de gafanhotos deve eclodir em fevereiro e formar novas nuvens em abril, coincidindo com a próxima temporada de plantio.
A vice-diretora geral da FAO para o Clima e Recursos Naturais, Maria Helena Semedo, disse que é preciso “agir imediatamente, porque os gafanhotos virão e destruirão.” Segundo ela, é necessário “combater a emergência, mas também pensar nos meios de subsistência e no longo prazo.”
Além dos países já atingidos, a FAO acompanha a situação em Omã, Arábia Saudita, Sudão e Iêmen, que correm risco de receber o surto.
Fonte: ONU News
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