Manaus-AM I A rebelião na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na zona leste de Manaus, foi controlada por volta das 10h30 deste sábado (02/05). Após cerca de quatro horas de negociações, as forças policiais conseguiram encerrar o motim. Não houve registro de mortes. Sete agentes de ressocialização foram feitos reféns e libertados com vida.
O secretário de Administração Penitenciária, coronel Marcos Vinicius, o secretário de segurança pública, coronel Louismar Bonates, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ayrton Norte, conduziram a operação que contou com efetivos do Grupo de Intervenção Penitenciário e das tropas especializadas da Polícia Militar (Rocam, COE, Marte, CipCães), o Departamento de Operações Aéreas da Secretaria de Segurança e o Corpo de Bombeiros.
Dezessete pessoas tiveram ferimentos durante o motim, sendo dez agentes prisionais (três deles se machucaram ao pular das muralhas), cinco presos e dois policiais militares. “Todos os reféns estão bem, alguns um pouco machucados porque estavam com estoques no pescoço. O objetivo dessa rebelião era fazer uma fuga, eles estavam cavando um túnel, o que não estavam conseguindo fazer no dia a dia, distraindo a tropa para poderem fugir. A tropa entrou, dominou a cadeia, ninguém ferido gravemente, só alguns policiais levaram pedradas e estão machucados”, esclareceu o secretário de segurança.
Segundo o coronel Vinícius, a rebelião ocorreu após duas tentativas de fuga terem sido frustradas. Hoje, as equipes policiais localizaram o início de um túnel em uma das celas.
“Existe uma necessidade de fuga, eles tentaram por duas vezes fazer túneis de fora para dentro, como eles viram que não tinha condições, porque a rotina lá dentro é muito forte, eles criaram todo esse pano de fundo para tentar criar uma distração e cavar o túnel de dentro pra fora. O túnel está lá, já detectamos, tem escadas, tem tudo, e nós conseguimos impedir que eles conseguissem êxito”, disse.
O comandante-geral da PM, coronel Ayrton Norte, exaltou o sucesso da operação em preservar vidas e evitar fugas. “A polícia já estava fazendo a contenção externa desde as primeiras horas da manhã, quando nós recebemos a informação de que havia eclodido. Infelizmente, eles quiseram partir para agressão. Começaram a quebrar telhas e jogar nos policiais, e nós agimos dentro da legalidade. Entramos e preservamos vidas”, enfatizou o comandante-geral.
Parte da unidade prisional foi destruída durante a rebelião. Houve depredação de grades, bebedouros e o telhado. “Quebrou-se uma boa parte da unidade prisional. Já conseguimos detectar grades arrancadas, bebedouros, que era de uso deles e também dos familiares e que era uma reivindicação antiga. Nós conseguimos, ao longo desta gestão, colocar água gelada, e eles foram lá e quebraram tudo. Agora, vamos ter que avaliar o restante”.
A Seap não descarta transferência de presos que organizaram o motim. Uma investigação será aberta para identificar os responsáveis. No momento, a Seap está realizando a contagem dos presos e revista dentro das celas.
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