MANAUS | No último dia 20, a líder indígena Alessandra korap, 35, do povo de Munducuru, esteve em Brasília para uma comitiva junto com cerca de 50 munducurus, para denunciar o garimpo de ouro, madeireiros, ameaças de morte contra lideranças e cobrar demarcação de terras indígenas, cujos processos estão paralisados.
Dias após a denúncia, sua casa foi invadida em Santarém (PA). Os criminosos levaram documentos, tablet, celular e o cartão de memória de sua câmera fotográfica.
Segundo relatou Korap à Folha, a invasão ocorreu entre o final da tarde e o início da noite deste sábado (30), período que ela saiu de casa junto com o marido e os dois filhos. Na volta, encontraram a casa arrombada.
A mochila de Korab foi levada com diversos documentos e materiais impressos. A câmera fotográfica foi deixada aberta sem o cartão, a TV e o botijão de gás também foram furtados.
A Terra Indígena Munduruku, localizada no sudoeste do Pará, é uma das mais afetadas pela mineração ilegal. Rios e igarapés estão contaminados de mercúrio. O povo afetado vem denunciando há vários anos o garimpo, mas nada é feito pelas organizações.