Coronavírus: Possível contaminação em massa de indígenas na Amazônia gera preocupação

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Coronavírus: Possível contaminação em massa de indígenas na Amazônia preocupa Coiab

Manaus – AM | A possível prorrogação em massa do novo coronavírus entre populações indígenas na Amazônia preocupa a Confederação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), que já emitiu uma alerta sobre a necessidade de serem adotadas medidas de prevenção urgentes para evitar a propagação do vírus entre os indígenas, que não têm resistência e imunidade para o vírus. 

“Os povos indígenas precisam ter todo o cuidado com a Pandemia Mundial do Coronavírus (Covid-19). É fundamental e urgente a articulação entre lideranças Indígenas, organizações, comunidades e conselheiros de saúde indígena para implementação das ações de controle e vigilância da COVID-19.”, ressaltou a Coiab. 

No Amazonas, no município de Amaturá (Am), de acordo com a prefeitura, há um fluxo desmedido de saída dos índios das tribos para a comunidade local e cidades vizinhas, o que aumento o risco de contágio e também de transmissão da doença. Em locais onde o transporte pelos rios é muito utilizado como o município de Amaturá, o índice de contaminação pode aumentar. 

“Estou preocupado com a saúde deles. Os indígenas são muito resistentes em aceitar as recomendações do Ministério da Saúde pedindo para evitar aglomerações, usar máscaras, lavar às mãos e passar álcool em gel para evitar a disseminação do coronavírus, eles possuem baixa imunidade e com isso ficam mais expostos ao vírus. Além deles não acreditarem no que falamos sobre os danos que o vírus pode causar a todos nós, eles também não acreditam nos casos de transmissão comunitária”, ressaltou o prefeito da cidade, Joaquim Corado.  

Para Corado, o problema se agrava ainda mais porque o município ainda aguarda os repasses do Governo e vem sofrendo com a falta de materiais básicos para os cumprimentos das normas da Organização Mundial de Saúde para controle de epidemias, tais como máscaras, luvas, álcool 70%, medicamentos específicos e aquisição de kits para testes rápidos do coronavírus. Ainda dentro das medidas aplicadas para frear o avanço da doença, está a ajuda dos profissionais de saúde, pessoas capacitadas para prestar os primeiros socorros nos casos suspeitos da COVID-19, o que o município também não dispõe.

“Nós já fomos na aldeia, chamamos para reunião o cacique, toda a tribo, a gente segue orientando. Tenho mobilizado e treinado pessoas para atuarem como agentes de contenção nos locais de entrada e saída de Amaturá, mas os índios continuam se movimentando muito. Tem que haver uma ação mais firme da FUNAI (Fundação Nacional do Índio). Quem sabe com a ajuda deles, os índios se conscientizem mais dos riscos dessa doença”, destacou o prefeito. 

Os indígenas representam 42% da população do município de Amaturá. Entre os municípios mais próximos estão Santo Antônio do Iça, São Paulo de Olivença e Tocantins. Alguns locais já apresentam casos suspeitos de transmissão do coronavírus. 

Prevenção

De acordo com o Ministério da Saúde, na semana passada, encontro entre o Secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, e Presidente da FUNAI, Marcelo Xavier, ratificou as ações conjuntas que estão sendo desenvolvidas em territórios indígenas.

Revisar procedimentos e estabelecer novas metas para as ações conjuntas que estão ocorrendo com o objetivo de proteger as populações indígenas contra a pandemia do Coronavírus, esse foi o objetivo da reunião entre as equipes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), hoje em Brasília.

O Secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, conversou com o Presidente da FUNAI, Marcelo Xavier, sobre ações conjuntas de prevenção e controle do Coronavírus em territórios indígenas. Da pauta constaram as ações mais importantes que vêm sendo desenvolvidas individualmente e por meio de ações integradas entre SESAI e FUNAI, incluindo-se: portarias, informes técnicos, relatórios, recomendações, protocolos de manejos clínicos, ações das equipes multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) e equipes das CASAI dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus em Povos Indígenas para os 34 (trinta e quatro) Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI); Plano de Contingência Distrital para Infecção Humana pelo Novo Coronavírus (COVID-19) e recomendações gerais.

O presidente da FUNAI, Marcelo Xavier, informou que todo o material orientador elaborado pela SESAI, que se encontra disponibilizado no Ministério da Saúde https://www.saude.gov.br/saude-indigena, já foi enviado para as 225 (duzentas e vinte e cinco) Coordenações Técnicas Locais e a 39 Coordenações Regionais e fez questão de ressaltar a qualidade do Plano Nacional de Contingência: “É um material muito claro e objetivo. Constam todos os procedimentos necessários para ações em junto aos indígenas em casos suspeitos de Coronavirus”.

Por sua vez, o Secretário Especial de Saúde Indígena destacou a importância da atuação coordenada dos dois órgãos e como isso pode contribuir para prevenir a COVID19 entre os indígenas: “Estamos atentos, agindo de forma coordenada e prontos para executar o que planejamos. Além da saúde, uma de nossas preocupações é com o combate às notícias falsas. O Secretário ratificou ainda que, até o momento, não existem casos confirmados de Coronavírus dentre os indígenas aldeados. Frisou ainda que não existem planos ou ações visando ao estabelecimento de contato com indígenas isolados, posição também ratificada pelo Presidente da FUNAI.

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